9 de junho de 2014

Reflexão final

Caros leitores, hoje venho despedir-me.


                Chegou ao fim o meu último estágio como estudante da Licenciatura em Saúde Ambiental. Parece que foi ontem que iniciei esta aventura no mundo da Saúde Ambiental, e já passaram 4 anos. 4 anos com muita coisa para contar, momentos bons, momentos menos bons, mas no fim valeu apena.

Este percurso não foi fácil até chegar ao último ano do curso, isto porque apesar de estar neste curso a cabeça estava em outro curso, que sempre quis e lutei para tirar, não consegui, e hoje não me arrependo da minha opção.

A Saúde Ambiental foi uma agradável surpresa, nunca pensei gostar tanto deste curso, de gostar tanto desta “família” que me acolheu ao longo destes 4 anos.
Este Blog foi criado com o intuito de dar a conhecer os meus 2 últimos estágios. O primeiro foi desenvolvido no Centro de Saúde de Alcácer do Sal, a sua base é a saúde pública, aqui é onde considero que comecei o meu curso, é estranho eu sei, mas só neste primeiro estágio comecei a ADORAR o que hoje considero o curso indicado para mim, e sem dúvida a minha paixão. Este primeiro estágio foi a melhor fase deste curso, não só pelo trabalho que adorei como pelas pessoas que conheci, e tenho a certeza que iram permanecer na minha vida, a vocês só posso agradecer por terem feito o bichinho pela Saúde Ambiental acordar.


A segunda parte deste último ano, foi o estágio no setor privado que tive o prazer de desenvolver na empresa Q STAFF uma empresa de segurança alimentar, foi um estágio bastante diferente do anterior, onde o meu trabalho se desenvolveu principalmente na área da formação. Tenho também a agradecer, pois fui muito bem recebida.
Por último quero agradecer a todos que me apoiaram ao longo destes 4 anos, à minha família, amigos e sem dúvida aos professores, pois sem eles não conseguia concluir esta etapa, nem estava preparada para a nova fase que se segue.
Quero agradecer também aos meus colegas que muito me apoiaram ao longo do curso.

OBRIGADA A TODOS!!



“Nenhum obstáculo é tão grande se a sua vontade de vencer for maior” 

30 de maio de 2014

Toxoplasmose

O que é?

É uma infeção causada por um parasita chamado Toxoplasma gondii, o reservatório desse parasita são os gatos. Um gato infetado pode eliminar milhões de parasitas diariamente através das fezes, a toxoplasmose pode ser facilmente transmitida a quase todos os animais que se encontrem no mesmo meio ambiente que o gato infetado. No ser humano o contagio acontece geralmente por via oral. Este parasita multiplica-se no interior das células que revestem o aparelho digestivo humano e pode espalhar-se por todos os órgãos do corpo. 

Este parasita também pode ser transmitido através de transfusões de sangue contaminado ou de transplantes de órgãos de dadores infetados.

Se esta infeção de desenvolver numa grávida existe 50% de hipóteses de o parasita atravessar a placenta e causar toxoplasmose no feto, neste caso dá-se o nome de toxoplasmose congénita e os recém-nascidos tem um risco elevado de terem problemas oculares e distúrbios do desenvolvimento.

Como se pode contrair toxoplasmose?

Através de:

- Ingestão de carne mal cozinhada que esteja contaminada;
 -Ingestão de alimentos contaminados por facas, utensílios, tábuas de corte;
- Ingestão de água contaminada;
-Ingestão acidental do parasita através do contato com fezes de gato que contenham Toxoplasma;
-Transmissão de mãe para filho;
-Transplante de órgãos infetados ou através de transfusão de sangue infetado.

Sinais e Sintomas:

Os sintomas são diferentes de pessoa para pessoa.
- A maior parte das pessoas infetadas nunca chega a saber;
- Alguns dos sintomas podem ser aumento dos gânglios linfáticos, dores musculares que pode durar um mês ou mais;
- No caso de ser uma Toxoplasmose grave podem ocorrer danos no cérebro nos olhos e em outros órgãos;
- Existe ainda a toxoplasmose ocular que pode ter como sintomas: visão reduzida, visão turva, dor, vermelhidão do olho e lacrimejamento.
- A maior parte das crianças infetadas durante a gravidez não têm sintomas no nascimento, mas podem desenvolvê-los mais tarde
Formas de evitar:
- Não ingerir carne crua ou mal cozinhada. Deve cozinha-la a uma temperatura interna de 60ºC no mínimo.
-Deve lavar as mãos depois de manipular carne crua;
-No caso de estar grávida ou se tiver o sistema imunitário enfraquecido, deve evitar manipular carne crua;

-Se tiver um gato, deve evitar que ele vá à rua e deve alimentá-lo com alimentos enlatados ou com comida liofilizada.

Sites a visitar:

-CDC



22 de maio de 2014

Rotulagem


A rotulagem destina-se a garantir que é fornecida as informações necessárias ao consumidor, sobre a composição dos produtos. Pode ainda fornecer informações sobre a origem ou o método de produção.

A rotulagem não deve:

- Induzir o comprador em erro no que diz respeito às características, propriedades ou efeitos do produto;
- Não devem ser atribuídas propriedades que não são verdadeiras aos produtos.

Responsabilidade das informações escritas no rótulo:

A informação relativa aos géneros alimentícios é da responsabilidade da empresa que comercializa ou do importador. As informações devem ser de acordo com a legislação europeia e com os requisitos das disposições nacionais relevantes.

Nos géneros alimentícios pré-embalados , as informações obrigatórias devem estar na pré-embalagem ou no rótulo anexo a ela.

No caso dos géneros alimentícios que não sejam pré-embalados as informações devem ser passadas ao operador que recebe esses produtos, para que se encontrem em condições de fornecer ao consumidor final.

Menções obrigatórias gerais:

- Denominação;
- Lista de Ingredientes;
- Substâncias que provocam alergias ou intolerâncias;
- Quantidade de determinados ingredientes ou categorias de ingredientes;
- Quantidade líquida do género alimentício;
- Data de durabilidade mínima ou a data limite de consumo;
- Condições especiais de conservação e/ou condições de utilização;
- Nome da empresa e o endereço do operado da empresa do setor alimentar ou do importador;
- País de origem;
- Instruções de utilização, quando a sua omissão dificultar a sua utilização adequada;
- Declaração Nutricional

Nos géneros alimentícios existem indicações obrigatórias, que devem compreender-se bem, estarem bem visíveis, claramente legíveis e indeléveis.

Indicações obrigatórias em géneros alimentícios:

- Denominação de venda;
- Lista de ingredientes;
- Quantidade de ingredientes ou categorias dos ingredientes;
- Quantidade líquida;
- Data de durabilidade mínima;
- Condições especiais de conservação e utilização;
- Nome da empresa e o endereço do fabricante, do acondicionador ou do vendedor;
- Local de Origem;
- Instruções de utilização, se necessário;

- Referência do teor alcoométrico volúmico adquirido, para bebidas com teor alcoométrico superior a 1,2 % vol.


Sites a visitar:


15 de maio de 2014

Higiene do Manipulador de Alimentos

Caros leitores, hoje irei falar-vos sobre a Higiene dos Manipuladores de Alimentos.

Quem é considerado manipulador de alimentos?

É qualquer pessoa que trabalhe no setor alimentar e que esteja em contato direto com os alimentos e com as superfícies que iram contatar com os alimentos.

A higiene pessoal de cada manipulador é bastante importante para que não existam contaminações cruzadas.
Os manipuladores de alimentos devem ter formação em higiene pessoal, e o no local de trabalho deveram existir as condições necessárias para que os trabalhadores possam efetuar a sua higiene, tais como : Vestiários e instalações sanitárias.

Algumas regras que os manipuladores de alimentos devem seguir:

- Não usar barba ou bigode;
- Usar o cabelo preso ou coberto por toucas;
- Manter a roupa e aventais sempre limpos;
- No caso de doença não manipular alimentos;
- Manter as unhas sempre curtas, limpas, sem verniz e sem anéis;
- Não usar adornos;
- Evitar espirrar sobre os alimentos;
- Não fumar durante o trabalho;
-Não manusear dinheiro;
- Lavar as mãos sempre que necessário.

Quando se deve lavar as mãos?

- Antes de iniciar o trabalho;
- Sempre que tiver as mãos sujas;
- Depois de sair dos vestiários ou das instalações sanitárias;
- Ao tocar no nariz, sapatos, dinheiro ou no cigarro;
- Depois de tocar em alimentos estragados;
- Depois de carregar sacos com resíduos;
- Antes de tocar em qualquer utensílio e equipamento.

Como proceder à lavagem das mãos:

1º Molhar as mãos e antebraços com água quente;
2º Aplicar gel bactericida;
3º Esfregar bem as mãos e antebraços;
4º Enxaguar;
5º Secar com toalha descartável;
6º Desinfetar as mãos;
7º Deixar secar.


O que fazer no caso do manipulador se encontrar doente?

No caso de doença, o manipulador deve informar o seu superior. E não deve contatar mais com alimentos até se encontrar sem sintomas.

Fontes:
- Higiene Alimentar – Código de Boas Práticas
- Manual para Manipuladores de Alimentos
- Food Standards – Saúde e Higiene responsabilidades de manipuladores de alimentos

8 de maio de 2014

Leite Cru

Caros leitores,

Desta vez irei falar-vos sobre leite cru e os riscos da sua ingestão.
Leite cru é o leite de vaca, cabra e ovelha que não sofra o processo de pasteurização (processo de aquecimento do leite a uma temperatura suficientemente elevada durante o tempo necessário para matar os germes patogénicos). Normalmente os germes que se encontram no leite não alteram a sua aparência, cheiro ou o sabor, a forma de saber que estes foram destruídos é somente através da pasteurização.

Formas de contaminação do leite
O leite pode ser contaminado através de:

- Contacto direto com as fezes dos animais;
-Bactérias existentes na pele dos animais;
- Contaminação cruzada, através do manipulador;
-Animais doentes.

Riscos da ingestão de leite cru:

Podem existir bactérias patogénicas no leite cru que podem até levar à morte, o leite cru é dos alimentos mais propícios à transmissão de doenças de origem alimentar.
Alguns dos sintomas de doenças transmitidas pelo leite são diarreia, vômitos e dores de estômago, pode levar também a paralisia, insuficiência renal, doenças crónicas e até mesmo levar à morte. Estes sintomas variam consoante o tipo de germe.

Quais as bactérias, parasitas e vírus presentes no leite cru?

- Bactérias: Brucella, Campylobacter, listeria, Salmonella, entre outras;
- Parasitas: Giardia;
- Vírus: Norovírus;


Quadro explicativo do processo de produção do leite até à fábrica




Benefícios nutricionais

Alguns estudos mostram que o facto de o leite ser pasteurizado não vai alterar o seu valor nutricional.


Qualidade microbiológica

A qualidade microbiológica permite avaliar a higiene das explorações. A ordenha é um dos pontos críticos para a salubridade do leite.

Rastreabilidade:

É um parâmetro obrigatório por lei e têm de ser executado por todos os manipuladores.

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28 de abril de 2014

Salmonella

Olá caros leitores, desta vez irei-vos falar um pouco sobre a Salmonella.

A infeção causada pela bactéria da Salmonella tem o nome de Salmonelose.

A infeção causada pela Salmonella é transmitida aos seres humanos normalmente pela ingestão de alimentos que estejam contaminados (especialmente aves, suínos e bovinos) que não sejam bem cozinhados.

A maior parte das pessoas que são infetadas por esta bactéria tendem a desenvolver cólicas abdominais, diarreia e febre de 12 a 72 horas após a infeção. Esta normalmente tem uma duração de 4 a 7 dias e muitas vezes nem é necessário tratamento, existindo no entanto alguns casos em que é necessário a hospitalização do doente. As pessoas que têm mais probabilidades de ter a doença numa forma mais agravada são os idosos as crianças e pessoas com o sistema imune debilitado.

Segundo os dados que e encontram no CDC ( Centers fo Disease Control and Prevention) são descritos cerca de 42.000 casos de salmonelose por ano nos Estados Unidos. Existindo ainda uma percentagem de casos que não chegam a ser diagnosticados ou relatados, aumentando assim o número de casos. Existem diferentes tipos de bactérias de Salmonela, os mais cumuns nos Estados Unidos são Salmonella sorotipo Typhimurium e Salmonella Enteritidis sorotipo. Esta infeção é mais comum no verão.

Diagnóstico:
Existem muitas doenças que se manifestam com os mesmos sintomas que a Salmonelose, a confirmação que se trata de um caso de Salmonelose só é possível através de exames laboratoriais que identificam Salmonella nas fezes.

Tratamento:
A maior parte das infeções por Salmonella desaparecem entre 5 a 7 dias e não requerem nenhum tratamento específico. No caso de existir diarreia severa o paciente pode precisar de reidratação através da administração endovenosa de soro. Os casos graves, em que a infeção se propaga, devem ser tratados com antibióticos.

Algumas dicas para prevenir uma Infeção por Salmonella:
-Cozinhar bem aves, carne picada e ovos. Evitar a ingestão de alimentos que contenham ovos crus ou leite não pasteurizado;
- Lavar as ãos, superfícies de trabalho quando este é numa cozinha e os utensílios com água e detergente logo após o contato com carne crua;
- Os idosos e pessoas com o sistema imunitário debilitados e grávidas devem ter cuidado redobrado com a sua alimentação;
- Lavar bem as mãos após o contato com répteis e aves, e após o contato com fezes de animais;

- A amamentação ajuda na prevenção da salmonelose.

Existem relatos de três surtos de Salmonella em 2014:


Salmonella em Portugal:

Segundo um estudo feito pelo Instituto Nacional de Saúde entre 2000 e 2012 os casos de Infeções por Salmonella é uma das “causas mais comuns de gastroenterite aguda em todo o mundo, apresentando elevada morbilidade e mortalidade na população em geral.”


Na seguinte tabela estão representados o número de casos de infeção por Salmonella confirmados, os principais serotipos detetados e as percentagens relativas:
Fonte: Infeções por Salmonella entérica no período entre 2000-2012


No gráfico seguinte estão representadas as percentagens de casos confirmados dos principais serotipos de Salmonella:





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21 de abril de 2014

Higiene dos Géneros Alimentícios

No início de 2000 foi criada uma abordagem pela União Europeia que se baseia na análise dos riscos e na rastreabilidade, de modo a garantir a segurança dos alimentos. Esta consiste num controlo dos produtos alimentares em todas as fases vulneráveis da sua cadeia de produção, de forma a averiguar se as regras de higiene são cumpridas.

No que diz respeito à Higiene dos géneros alimentícios contamos com o Regulamento (CE) n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, neste consta a definição dos objetivos a atingir em matéria de segurança dos géneros alimentícios, ficando aos empresários do sector alimentar a responsabilidade de adotar as medidas de segurança a aplicar a fim de garantir a inocuidade dos géneros alimentícios.Este Regulamento tem como objetivo garantir a higiene dos géneros alimentícios em todas as etapas do processo de produção, desde a produção primária até à venda ao consumidor final.


No Regulamento (CE) n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, na parte A, anexo I são referidas as Disposições Gerais de Higiene aplicáveis à produção primária e operações Conexas e são elas:
a)Transporte, armazenagem e manuseamento de produtos de produção primária produzidos no local de produção, desde que tal não altere substancialmente a sua natureza;  
b) Transporte de animais vivos, sempre que tal seja necessário para alcançar os objetivos do presente regulamento;
c) No caso dos produtos de origem vegetal, dos produtos da pesca e da caça selvagem, operações de transporte para entrega de produtos da produção primária cuja natureza não foi substancialmente alterada, desde o local de produção até ao estabelecimento;

No mesmo Regulamento o anexo II é referente aos empresários do sector alimentar que exercem outras atividades que não a de produção, este anexo especifica as disposições relativas:
-às instalações, incluindo locais externos;
-às condições de transporte;
-aos equipamentos;
-aos resíduos alimentares;
-à higiene pessoal dos indivíduos em contacto com os géneros alimentícios;
-aos géneros alimentícios propriamente ditos;
-ao acondicionamento e à embalagem;
-ao tratamento térmico que permite transformar determinados géneros alimentícios;
-à formação dos profissionais do sector.


O Regulamento (CE) n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, foi sofrendo algumas alterações, algumas delas descritas no Regulamento (CE) n.º 219/2009.

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