24 de março de 2014

Recolha de amostras

Olá novamente, desta vez irei falar- vos um pouco do procedimento da recolha de alimentos, pois é uma das atividades que mais tenho feito até agora ao longo do estágio.

Como referência temos a Norma Portuguesa 1828 (1982). Microbiologia alimentar – Colheita de amostras para análise microbiológica.
O objetivo da colheita e análise de alimentos é garantir a higiene e a qualidade dos alimentos, tal como saber se estão a ser bem manipulados. As colheitas de géneros alimentícios são muito importantes no que diz respeito à de saúde pública, pois permite efetuar uma Vigilância da Higiene e Qualidade Alimentar.
A Vigilância da Higiene e Qualidade Alimentar executada corretamente permite, muitas vezes, prevenir surtos de toxinfeções alimentares, que de outro modo proliferariam ser qualquer impedimento.

Na Norma Portuguesa 1828 podemos ter acesso a algumas técnicas de colheita para análises Microbiológicas, tais como:
“- Os recipientes com material esterilizado, quando enviados para fora do laboratório, devem ser protegidos das poeiras ou de outras conspurcações pelo meio ambiente.
Devem ter a data de esterilização e ser devolvidos ao laboratório, no máximo, oito dias após aquela data, quando não utilizados.
- Os recipientes para conter amostras devem ser de material apropriado impermeável à água e às gorduras: vidro, metal inox ou material plástico apropriado, suscetível de ser esterilizado. No caso de géneros alimentícios sólidos ou pastosos os recipientes devem, ainda, ter abertura larga. A capacidade e forma dos recipientes devem ter em conta a natureza da amostra a colher. O fecho do recipiente deve ser assegurado de tal modo que a rolha ou tampa seja, também, esterilizável e garanta a sua estanquidade. Podem ser utilizados, quando estéreis, recipientes de material plástico apropriado, fechados por termocolagem imediatamente após a colheita.
- A colheita deve ser realizada com os indispensáveis cuidados de assepsia, mas também de modo a representar devidamente as características microbiológicas do alimento a analisar.
- O ambiente deve ser limpo, calmo, sem correntes de ar, sem humidade e sem cheiros que se possam transmitir ao alimento e, tanto quanto possível, à temperatura da sua conservação.
- Uma colheita de géneros alimentícios deve ser realizada com todos os cuidados de assepsia:
- A roupa dos intervenientes deve estar limpa e as mãos desinfetadas.
- As zonas dos utensílios utilizados para a colheita das amostras não devem contactar senão o próprio alimento ou as superfícies esterilizadas dos respetivos contentores, não devendo, nunca, ser colocadas sobre mesas, bancadas ou embalagens dos próprios géneros alimentícios.
- As mãos não devem tocar na amostra a analisar, nem as zonas dos utensílios que os irão contactar.
- A colheita deve ser efetuada o mais próximo possível de uma chama de gás ou de álcool, rapidamente e sem gestos bruscos.
- O recipiente onde se encontra o género alimentício deve ser aberto o menos possível, com os maiores cuidados de assepsia, desinfetando previamente a zona da abertura e de modo a não tocar o género alimentício. Os utensílios utilizados devem estar esterilizados e não devem servir para a colheita de outra amostra sem nova esterilização.
- O recipiente que irá conter a amostra deve ser aberto junto da chama, flamejando a tampa, depois de aberto o bocal é também passado pela chama, rodando-o para um e outro lado sobre a chama. Estas operações repetem-se após a colheita da amostra e antes de fechar o recipiente. Este, enquanto aberto, deve ser mantido tão horizontalmente quanto possível com a boca junto à chama.
- O material de colheita das amostras, mesmo esterilizado, deve ser flamejado no momento de ser utilizado e arrefecido no próprio alimento, mas não no ponto de colheita da amostra.
- A amostra, quando o género alimentício estiver contido em embalagem própria, deve ser constituída, sempre que possível, pelo conteúdo total dessa embalagem intacta.
- No caso de alimentos líquidos, estes devem ser convenientemente misturados com agitadores manuais ou mecânicos (devidamente desinfetados) ou insuflando ar esterilizado por filtração.
- Se a amostra for colhida de uma torneira, esta deve ser limpa, desinfetada por fora e por dentro e flamejada. O líquido deve correr algum tempo antes de se colher a amostra.
- Quando o alimento é pastoso, e portanto, de difícil mistura, dever-se-ão colher porções em pontos diversos, afastados e a diferentes profundidades.
- Na colheita de amostras de alimentos sólidos há que saber se a parte externa que pode estar ou não contaminada, deve ou não fazer parte da amostra. No segundo caso deve ser retirada a camada superficial usando material esterilizado o qual só poderá ser utilizado na colheita da amostra após nova esterilização.
- Dada a impossibilidade de homogeneizar os alimentos sólidos, a amostra deve ser constituída por porções colhidas em diferentes locais, nas zonas superficiais, médias e profundas.
- Em alimentos sólidos de composição heterogénea a amostra deve comportar quantidades proporcionais das diversas camadas ou zonas.
- Se a amostra for colhida em alimento suspeito de ter sido tratado com cloro, o recipiente para a amostra deve conter 0,1 ml de solução nele esterilizada, de tiossulfato de sódio a 2% por cada 100 ml de líquido.
- Quando se trate de géneros alimentícios esterilizados, a amostra deve ser constituída por três unidades do mesmo lote. ”
Fonte: Colheitas de géneros Alimentícios


Para proceder à recolha devemos ter em atenção todo o material utilizado, que deve ser:
-bata;
-luvas;
-recipientes de colheita esterilizados;
-mala térmica;
-ficha de identificação da colheita.

Segundo a Norma Portuguesa 1828, o procedimento deve ser da seguinte forma:

1 - A colheita de uma amostra para análise microbiológica deve ser efetuada com os devidos cuidados de assepsia e ser representativa do alimento em estudo;
2 – A colheita deve ser efetuada em ambiente calmo, limpo e sem correntes de ar;
3 - O profissional que vai proceder à colheita deve vestir roupa limpa e as suas mãos devem estar limpas e desinfetadas;
4 - Os utensílios utilizados na colheita devem estar esterilizados e só contactar com o produto para amostra, não devem ser colocado sobre mesas ou bancadas;
5 – O técnico que vai efetuar a colheita não deve tocar com as mãos nos alimentos e nos utensílios que os irão contactar com os alimentos;
6 - O recipiente para onde é colhida a amostra deve estar limpo e esterilizado e deve ser aberto o menos possível;
7 - Quando o produto a analisar estiver contido em embalagem própria, a amostra deve ser constituída pela embalagem intacta;
8 – Se a colheita for a alimentos líquidos, estes devem ser convenientemente misturados com agitadores manuais ou mecânicos devidamente desinfetados;
9 - Se a amostra for colhida de uma torneira, esta deve ser limpa, desinfetada por fora e por dentro e flamejada. O líquido deve correr durante algum tempo antes de se colher a amostra;
 10 - Quando um alimento é pastoso e portanto de difícil mistura, dever-se-ão colher porções em pontos diversos, afastados e a diferentes profundidades;
 11 - Dada a impossibilidade de homogeneizar os alimentos sólidos, a amostra deve ser constituída por porções colhidas em diferentes locais, nas zonas superficiais, médias e profundas;  
12 - Em alimentos sólidos de composição heterogénea a amostra deve comportar quantidades proporcionais das diversas camadas ou zonas;

No que diz respeito ao transporte e conservação das amostras:

1 - O transporte de amostras para o laboratório deve ser feito em condições que evitem toda e qualquer modificação do número de microrganismos presentes. É preferível escolher meios de transporte que assegurem maior rapidez.

2 – As temperaturas de conservação são bastante importantes, e devem estar de acordo com o tipo de produtos:
a)produtos estáveis: temperatura ambiente;
b)produtos frescos e refrigerados: entre 0ºC e +4ºC;
c)produtos congelados ou ultracongelados: inferior a -18ºC;
d)produtos pasteurizados e similares: entre 0ºC e 4ºC;
e)produtos alimentares sensíveis (por exemplo carnes cruas, produtos da pesca) devem ser conservados a uma temperatura entre os 0ºC e + 2ºC.

3 - A cada amostra deverá corresponder um número de registo, que, se possível, será anotado na amostra e na requisição do ensaio. 






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