9 de junho de 2014

Reflexão final

Caros leitores, hoje venho despedir-me.


                Chegou ao fim o meu último estágio como estudante da Licenciatura em Saúde Ambiental. Parece que foi ontem que iniciei esta aventura no mundo da Saúde Ambiental, e já passaram 4 anos. 4 anos com muita coisa para contar, momentos bons, momentos menos bons, mas no fim valeu apena.

Este percurso não foi fácil até chegar ao último ano do curso, isto porque apesar de estar neste curso a cabeça estava em outro curso, que sempre quis e lutei para tirar, não consegui, e hoje não me arrependo da minha opção.

A Saúde Ambiental foi uma agradável surpresa, nunca pensei gostar tanto deste curso, de gostar tanto desta “família” que me acolheu ao longo destes 4 anos.
Este Blog foi criado com o intuito de dar a conhecer os meus 2 últimos estágios. O primeiro foi desenvolvido no Centro de Saúde de Alcácer do Sal, a sua base é a saúde pública, aqui é onde considero que comecei o meu curso, é estranho eu sei, mas só neste primeiro estágio comecei a ADORAR o que hoje considero o curso indicado para mim, e sem dúvida a minha paixão. Este primeiro estágio foi a melhor fase deste curso, não só pelo trabalho que adorei como pelas pessoas que conheci, e tenho a certeza que iram permanecer na minha vida, a vocês só posso agradecer por terem feito o bichinho pela Saúde Ambiental acordar.


A segunda parte deste último ano, foi o estágio no setor privado que tive o prazer de desenvolver na empresa Q STAFF uma empresa de segurança alimentar, foi um estágio bastante diferente do anterior, onde o meu trabalho se desenvolveu principalmente na área da formação. Tenho também a agradecer, pois fui muito bem recebida.
Por último quero agradecer a todos que me apoiaram ao longo destes 4 anos, à minha família, amigos e sem dúvida aos professores, pois sem eles não conseguia concluir esta etapa, nem estava preparada para a nova fase que se segue.
Quero agradecer também aos meus colegas que muito me apoiaram ao longo do curso.

OBRIGADA A TODOS!!



“Nenhum obstáculo é tão grande se a sua vontade de vencer for maior” 

30 de maio de 2014

Toxoplasmose

O que é?

É uma infeção causada por um parasita chamado Toxoplasma gondii, o reservatório desse parasita são os gatos. Um gato infetado pode eliminar milhões de parasitas diariamente através das fezes, a toxoplasmose pode ser facilmente transmitida a quase todos os animais que se encontrem no mesmo meio ambiente que o gato infetado. No ser humano o contagio acontece geralmente por via oral. Este parasita multiplica-se no interior das células que revestem o aparelho digestivo humano e pode espalhar-se por todos os órgãos do corpo. 

Este parasita também pode ser transmitido através de transfusões de sangue contaminado ou de transplantes de órgãos de dadores infetados.

Se esta infeção de desenvolver numa grávida existe 50% de hipóteses de o parasita atravessar a placenta e causar toxoplasmose no feto, neste caso dá-se o nome de toxoplasmose congénita e os recém-nascidos tem um risco elevado de terem problemas oculares e distúrbios do desenvolvimento.

Como se pode contrair toxoplasmose?

Através de:

- Ingestão de carne mal cozinhada que esteja contaminada;
 -Ingestão de alimentos contaminados por facas, utensílios, tábuas de corte;
- Ingestão de água contaminada;
-Ingestão acidental do parasita através do contato com fezes de gato que contenham Toxoplasma;
-Transmissão de mãe para filho;
-Transplante de órgãos infetados ou através de transfusão de sangue infetado.

Sinais e Sintomas:

Os sintomas são diferentes de pessoa para pessoa.
- A maior parte das pessoas infetadas nunca chega a saber;
- Alguns dos sintomas podem ser aumento dos gânglios linfáticos, dores musculares que pode durar um mês ou mais;
- No caso de ser uma Toxoplasmose grave podem ocorrer danos no cérebro nos olhos e em outros órgãos;
- Existe ainda a toxoplasmose ocular que pode ter como sintomas: visão reduzida, visão turva, dor, vermelhidão do olho e lacrimejamento.
- A maior parte das crianças infetadas durante a gravidez não têm sintomas no nascimento, mas podem desenvolvê-los mais tarde
Formas de evitar:
- Não ingerir carne crua ou mal cozinhada. Deve cozinha-la a uma temperatura interna de 60ºC no mínimo.
-Deve lavar as mãos depois de manipular carne crua;
-No caso de estar grávida ou se tiver o sistema imunitário enfraquecido, deve evitar manipular carne crua;

-Se tiver um gato, deve evitar que ele vá à rua e deve alimentá-lo com alimentos enlatados ou com comida liofilizada.

Sites a visitar:

-CDC



22 de maio de 2014

Rotulagem


A rotulagem destina-se a garantir que é fornecida as informações necessárias ao consumidor, sobre a composição dos produtos. Pode ainda fornecer informações sobre a origem ou o método de produção.

A rotulagem não deve:

- Induzir o comprador em erro no que diz respeito às características, propriedades ou efeitos do produto;
- Não devem ser atribuídas propriedades que não são verdadeiras aos produtos.

Responsabilidade das informações escritas no rótulo:

A informação relativa aos géneros alimentícios é da responsabilidade da empresa que comercializa ou do importador. As informações devem ser de acordo com a legislação europeia e com os requisitos das disposições nacionais relevantes.

Nos géneros alimentícios pré-embalados , as informações obrigatórias devem estar na pré-embalagem ou no rótulo anexo a ela.

No caso dos géneros alimentícios que não sejam pré-embalados as informações devem ser passadas ao operador que recebe esses produtos, para que se encontrem em condições de fornecer ao consumidor final.

Menções obrigatórias gerais:

- Denominação;
- Lista de Ingredientes;
- Substâncias que provocam alergias ou intolerâncias;
- Quantidade de determinados ingredientes ou categorias de ingredientes;
- Quantidade líquida do género alimentício;
- Data de durabilidade mínima ou a data limite de consumo;
- Condições especiais de conservação e/ou condições de utilização;
- Nome da empresa e o endereço do operado da empresa do setor alimentar ou do importador;
- País de origem;
- Instruções de utilização, quando a sua omissão dificultar a sua utilização adequada;
- Declaração Nutricional

Nos géneros alimentícios existem indicações obrigatórias, que devem compreender-se bem, estarem bem visíveis, claramente legíveis e indeléveis.

Indicações obrigatórias em géneros alimentícios:

- Denominação de venda;
- Lista de ingredientes;
- Quantidade de ingredientes ou categorias dos ingredientes;
- Quantidade líquida;
- Data de durabilidade mínima;
- Condições especiais de conservação e utilização;
- Nome da empresa e o endereço do fabricante, do acondicionador ou do vendedor;
- Local de Origem;
- Instruções de utilização, se necessário;

- Referência do teor alcoométrico volúmico adquirido, para bebidas com teor alcoométrico superior a 1,2 % vol.


Sites a visitar:


15 de maio de 2014

Higiene do Manipulador de Alimentos

Caros leitores, hoje irei falar-vos sobre a Higiene dos Manipuladores de Alimentos.

Quem é considerado manipulador de alimentos?

É qualquer pessoa que trabalhe no setor alimentar e que esteja em contato direto com os alimentos e com as superfícies que iram contatar com os alimentos.

A higiene pessoal de cada manipulador é bastante importante para que não existam contaminações cruzadas.
Os manipuladores de alimentos devem ter formação em higiene pessoal, e o no local de trabalho deveram existir as condições necessárias para que os trabalhadores possam efetuar a sua higiene, tais como : Vestiários e instalações sanitárias.

Algumas regras que os manipuladores de alimentos devem seguir:

- Não usar barba ou bigode;
- Usar o cabelo preso ou coberto por toucas;
- Manter a roupa e aventais sempre limpos;
- No caso de doença não manipular alimentos;
- Manter as unhas sempre curtas, limpas, sem verniz e sem anéis;
- Não usar adornos;
- Evitar espirrar sobre os alimentos;
- Não fumar durante o trabalho;
-Não manusear dinheiro;
- Lavar as mãos sempre que necessário.

Quando se deve lavar as mãos?

- Antes de iniciar o trabalho;
- Sempre que tiver as mãos sujas;
- Depois de sair dos vestiários ou das instalações sanitárias;
- Ao tocar no nariz, sapatos, dinheiro ou no cigarro;
- Depois de tocar em alimentos estragados;
- Depois de carregar sacos com resíduos;
- Antes de tocar em qualquer utensílio e equipamento.

Como proceder à lavagem das mãos:

1º Molhar as mãos e antebraços com água quente;
2º Aplicar gel bactericida;
3º Esfregar bem as mãos e antebraços;
4º Enxaguar;
5º Secar com toalha descartável;
6º Desinfetar as mãos;
7º Deixar secar.


O que fazer no caso do manipulador se encontrar doente?

No caso de doença, o manipulador deve informar o seu superior. E não deve contatar mais com alimentos até se encontrar sem sintomas.

Fontes:
- Higiene Alimentar – Código de Boas Práticas
- Manual para Manipuladores de Alimentos
- Food Standards – Saúde e Higiene responsabilidades de manipuladores de alimentos

8 de maio de 2014

Leite Cru

Caros leitores,

Desta vez irei falar-vos sobre leite cru e os riscos da sua ingestão.
Leite cru é o leite de vaca, cabra e ovelha que não sofra o processo de pasteurização (processo de aquecimento do leite a uma temperatura suficientemente elevada durante o tempo necessário para matar os germes patogénicos). Normalmente os germes que se encontram no leite não alteram a sua aparência, cheiro ou o sabor, a forma de saber que estes foram destruídos é somente através da pasteurização.

Formas de contaminação do leite
O leite pode ser contaminado através de:

- Contacto direto com as fezes dos animais;
-Bactérias existentes na pele dos animais;
- Contaminação cruzada, através do manipulador;
-Animais doentes.

Riscos da ingestão de leite cru:

Podem existir bactérias patogénicas no leite cru que podem até levar à morte, o leite cru é dos alimentos mais propícios à transmissão de doenças de origem alimentar.
Alguns dos sintomas de doenças transmitidas pelo leite são diarreia, vômitos e dores de estômago, pode levar também a paralisia, insuficiência renal, doenças crónicas e até mesmo levar à morte. Estes sintomas variam consoante o tipo de germe.

Quais as bactérias, parasitas e vírus presentes no leite cru?

- Bactérias: Brucella, Campylobacter, listeria, Salmonella, entre outras;
- Parasitas: Giardia;
- Vírus: Norovírus;


Quadro explicativo do processo de produção do leite até à fábrica




Benefícios nutricionais

Alguns estudos mostram que o facto de o leite ser pasteurizado não vai alterar o seu valor nutricional.


Qualidade microbiológica

A qualidade microbiológica permite avaliar a higiene das explorações. A ordenha é um dos pontos críticos para a salubridade do leite.

Rastreabilidade:

É um parâmetro obrigatório por lei e têm de ser executado por todos os manipuladores.

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28 de abril de 2014

Salmonella

Olá caros leitores, desta vez irei-vos falar um pouco sobre a Salmonella.

A infeção causada pela bactéria da Salmonella tem o nome de Salmonelose.

A infeção causada pela Salmonella é transmitida aos seres humanos normalmente pela ingestão de alimentos que estejam contaminados (especialmente aves, suínos e bovinos) que não sejam bem cozinhados.

A maior parte das pessoas que são infetadas por esta bactéria tendem a desenvolver cólicas abdominais, diarreia e febre de 12 a 72 horas após a infeção. Esta normalmente tem uma duração de 4 a 7 dias e muitas vezes nem é necessário tratamento, existindo no entanto alguns casos em que é necessário a hospitalização do doente. As pessoas que têm mais probabilidades de ter a doença numa forma mais agravada são os idosos as crianças e pessoas com o sistema imune debilitado.

Segundo os dados que e encontram no CDC ( Centers fo Disease Control and Prevention) são descritos cerca de 42.000 casos de salmonelose por ano nos Estados Unidos. Existindo ainda uma percentagem de casos que não chegam a ser diagnosticados ou relatados, aumentando assim o número de casos. Existem diferentes tipos de bactérias de Salmonela, os mais cumuns nos Estados Unidos são Salmonella sorotipo Typhimurium e Salmonella Enteritidis sorotipo. Esta infeção é mais comum no verão.

Diagnóstico:
Existem muitas doenças que se manifestam com os mesmos sintomas que a Salmonelose, a confirmação que se trata de um caso de Salmonelose só é possível através de exames laboratoriais que identificam Salmonella nas fezes.

Tratamento:
A maior parte das infeções por Salmonella desaparecem entre 5 a 7 dias e não requerem nenhum tratamento específico. No caso de existir diarreia severa o paciente pode precisar de reidratação através da administração endovenosa de soro. Os casos graves, em que a infeção se propaga, devem ser tratados com antibióticos.

Algumas dicas para prevenir uma Infeção por Salmonella:
-Cozinhar bem aves, carne picada e ovos. Evitar a ingestão de alimentos que contenham ovos crus ou leite não pasteurizado;
- Lavar as ãos, superfícies de trabalho quando este é numa cozinha e os utensílios com água e detergente logo após o contato com carne crua;
- Os idosos e pessoas com o sistema imunitário debilitados e grávidas devem ter cuidado redobrado com a sua alimentação;
- Lavar bem as mãos após o contato com répteis e aves, e após o contato com fezes de animais;

- A amamentação ajuda na prevenção da salmonelose.

Existem relatos de três surtos de Salmonella em 2014:


Salmonella em Portugal:

Segundo um estudo feito pelo Instituto Nacional de Saúde entre 2000 e 2012 os casos de Infeções por Salmonella é uma das “causas mais comuns de gastroenterite aguda em todo o mundo, apresentando elevada morbilidade e mortalidade na população em geral.”


Na seguinte tabela estão representados o número de casos de infeção por Salmonella confirmados, os principais serotipos detetados e as percentagens relativas:
Fonte: Infeções por Salmonella entérica no período entre 2000-2012


No gráfico seguinte estão representadas as percentagens de casos confirmados dos principais serotipos de Salmonella:





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21 de abril de 2014

Higiene dos Géneros Alimentícios

No início de 2000 foi criada uma abordagem pela União Europeia que se baseia na análise dos riscos e na rastreabilidade, de modo a garantir a segurança dos alimentos. Esta consiste num controlo dos produtos alimentares em todas as fases vulneráveis da sua cadeia de produção, de forma a averiguar se as regras de higiene são cumpridas.

No que diz respeito à Higiene dos géneros alimentícios contamos com o Regulamento (CE) n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, neste consta a definição dos objetivos a atingir em matéria de segurança dos géneros alimentícios, ficando aos empresários do sector alimentar a responsabilidade de adotar as medidas de segurança a aplicar a fim de garantir a inocuidade dos géneros alimentícios.Este Regulamento tem como objetivo garantir a higiene dos géneros alimentícios em todas as etapas do processo de produção, desde a produção primária até à venda ao consumidor final.


No Regulamento (CE) n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, na parte A, anexo I são referidas as Disposições Gerais de Higiene aplicáveis à produção primária e operações Conexas e são elas:
a)Transporte, armazenagem e manuseamento de produtos de produção primária produzidos no local de produção, desde que tal não altere substancialmente a sua natureza;  
b) Transporte de animais vivos, sempre que tal seja necessário para alcançar os objetivos do presente regulamento;
c) No caso dos produtos de origem vegetal, dos produtos da pesca e da caça selvagem, operações de transporte para entrega de produtos da produção primária cuja natureza não foi substancialmente alterada, desde o local de produção até ao estabelecimento;

No mesmo Regulamento o anexo II é referente aos empresários do sector alimentar que exercem outras atividades que não a de produção, este anexo especifica as disposições relativas:
-às instalações, incluindo locais externos;
-às condições de transporte;
-aos equipamentos;
-aos resíduos alimentares;
-à higiene pessoal dos indivíduos em contacto com os géneros alimentícios;
-aos géneros alimentícios propriamente ditos;
-ao acondicionamento e à embalagem;
-ao tratamento térmico que permite transformar determinados géneros alimentícios;
-à formação dos profissionais do sector.


O Regulamento (CE) n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, foi sofrendo algumas alterações, algumas delas descritas no Regulamento (CE) n.º 219/2009.

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7 de abril de 2014

Doenças de Origem Alimentar

Desta vez o tema que vos trago é a Doenças de Origem Alimentar.


Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma Doença de Origem Alimentar é “uma doença, geralmente de natureza infeciosa ou tóxica, provocada por agentes que entram no corpo através da ingestão de alimentos ou de água. Estima-se que, por ano, cerca de 30% da população dos países industrializados sofra deste tipo de doença.

Os sintomas mais comuns de doenças de origem alimentar são entre outros dores abdominais, vómitos e desidratação, o que torna difícil a sua identificação, pois são sintomas comuns de várias doenças.

Como principais agentes biológicos que provocam Doenças de Origem Alimentar temos as bactérias, mas também os vírus e os parasitas podem causar doenças.
A Salmonella é das bactérias que tem estado na origem da maioria dos casos de infeções alimentares, decorrentes da ingestão de ovos, animais de capoeira e outras carnes, leite cru e chocolate. Mas nos últimos anos as infeções por Campylobacter jejuni   (presente em leite cru, animais de capoeira crus ou mal cozinhados, e em água de consumo) tem aumentado.
Quanto aos vírus os mais frequentes são os da hepatite A e da hepatite E, os rotavírus (principal causa de diarreia infantil) e os vírus da família Norwalk (que provocam gastroenterites).
Relativamente aos parasitas que poderão causar Doenças de Origem Alimentar temos Giardia  lamblia, G. intestinalis
As doenças de origem alimentar constituem um problema de saúde pública.

 Principais causas das doenças de origem alimentar:

 -Utilização de ingredientes contaminados em refeições preparadas incorretamente·
-Tratamento térmico defeituoso ou arrefecimento inadequado dos alimentos;
-Preparação das refeições com uma antecedência excessiva;
-Emprego incorreto de restos de comida;
-Contaminação por pessoas infetadas;
-Contaminação Cruzada

Existem algumas regras que podem ser tomadas para minimizar o risco de contrair Doenças de Origem Alimentar:

“-Manter os alimentos isentos de agentes patogénicos
 -Criar condições para que os microrganismos não se multipliquem
-Conseguir condições de cozedura que eliminem os microrganismos”

Outras regras:

“- Lavar as mãos, utensílios e superfícies com água quente e detergente antes e depois da preparação de alimentos, especialmente depois de preparar carne, aves, ovos e peixe.
-Os vegetais devem ser bem lavados em água corrente antes de serem consumidos.
-Manter a carne, aves, ovos e peixe ou marisco crus, e os respetivos sucos, longe dos alimentos prontos a comer.
-Nunca pôr alimentos cozinhados em pratos previamente utilizados para carne, aves, ovos ou peixe e mariscos crus
-Cozinhar os alimentos de modo a garantir que no seu interior se alcance uma temperatura de 75ºC. Uma vez que a existência de termómetros que permitam medir a temperatura no interior dos alimentos não é frequente, deve-se obedecer aos seguintes princípios: as carnes de animais de capoeira, porco e picada devem-se comer sempre bem passadas; as restantes devem-se comer bem ou mediamente passadas, mas nunca cruas; os ovos devem ser cozinhados até que as claras e as gemas estejam duras. Quando o molho de um assado não se encontra claro (se está sanguinolento ou rosado) é uma indicação de que não se atingiu a temperatura de 75ºC no seu interior.
- Aquecer os alimentos que tenham sido previamente preparados até à emissão de vapores ou à ebulição, consoante o caso.
-A maioria das bactérias cresce bem entre 5 e 60ºC. Como tal, não se devem deixar os alimentos perecíveis, os alimentos prontos a comer ou os restos de comida, à temperatura ambiente por períodos superiores a duas horas. Como alternativas para conservação têm-se a refrigeração (a temperaturas inferiores a 4ºC) e a congelação ou, no caso dos pratos prontos a comer, a manutenção a 60ºC.
-Os alimentos devem ser descongelados no frigorífico ou no micro-ondas, e nunca à temperatura ambiente.”
 Fonte : Segurança Alimentar - ASAE


Lista de algumas das Doenças de origem alimentar:               

Botulismo
Brucelose
Clostridium botulinum(botulismo)
E.coli
Leptospirose
Listeriose
Salmonelose
Toxoplasmose
Febre Tifóide

Sites de interesse:

31 de março de 2014

Recolha de água para Consumo Humano

Olá Caros leitores,

Desta vez trago-vos como tema a Recolha de água de consumo humano para análise. É outro dos serviços que a empresa onde me encontro tem ao dispor dos seus clientes.

Como TSA outra das funções que temos é efetuar a recolha de água para consumo humano para análise da mesma, para verificar se esta se encontra dentro dos parâmetros regulamentados pelo Decreto-Lein.º 306/2007 de 27 de Agosto, o mesmo “estabelece o regime de qualidade da água destinada a consumo humano”.
A entidade que regula o este serviço é a ERSAR, I.P (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, I.P) é a autoridade competente para a coordenação e fiscalização da aplicação do Decreto-lei anteriormente referido.´


Água de consumo humano -  “Toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para fabrico, transformação, conservação ou comercialização de produtos ou substâncias destinados ao consumo humano, assim como a utilizada na limpeza de superfícies, objectos e materiais que podem estar em contacto com os alimentos, excepto quando a utilização dessa água não afecta a salubridade do género alimentício na sua forma acabada;” – Decreto- lei 306/2007 de 27 de Agosto


24 de março de 2014

Recolha de amostras

Olá novamente, desta vez irei falar- vos um pouco do procedimento da recolha de alimentos, pois é uma das atividades que mais tenho feito até agora ao longo do estágio.

Como referência temos a Norma Portuguesa 1828 (1982). Microbiologia alimentar – Colheita de amostras para análise microbiológica.
O objetivo da colheita e análise de alimentos é garantir a higiene e a qualidade dos alimentos, tal como saber se estão a ser bem manipulados. As colheitas de géneros alimentícios são muito importantes no que diz respeito à de saúde pública, pois permite efetuar uma Vigilância da Higiene e Qualidade Alimentar.
A Vigilância da Higiene e Qualidade Alimentar executada corretamente permite, muitas vezes, prevenir surtos de toxinfeções alimentares, que de outro modo proliferariam ser qualquer impedimento.

Na Norma Portuguesa 1828 podemos ter acesso a algumas técnicas de colheita para análises Microbiológicas, tais como:
“- Os recipientes com material esterilizado, quando enviados para fora do laboratório, devem ser protegidos das poeiras ou de outras conspurcações pelo meio ambiente.
Devem ter a data de esterilização e ser devolvidos ao laboratório, no máximo, oito dias após aquela data, quando não utilizados.
- Os recipientes para conter amostras devem ser de material apropriado impermeável à água e às gorduras: vidro, metal inox ou material plástico apropriado, suscetível de ser esterilizado. No caso de géneros alimentícios sólidos ou pastosos os recipientes devem, ainda, ter abertura larga. A capacidade e forma dos recipientes devem ter em conta a natureza da amostra a colher. O fecho do recipiente deve ser assegurado de tal modo que a rolha ou tampa seja, também, esterilizável e garanta a sua estanquidade. Podem ser utilizados, quando estéreis, recipientes de material plástico apropriado, fechados por termocolagem imediatamente após a colheita.
- A colheita deve ser realizada com os indispensáveis cuidados de assepsia, mas também de modo a representar devidamente as características microbiológicas do alimento a analisar.
- O ambiente deve ser limpo, calmo, sem correntes de ar, sem humidade e sem cheiros que se possam transmitir ao alimento e, tanto quanto possível, à temperatura da sua conservação.
- Uma colheita de géneros alimentícios deve ser realizada com todos os cuidados de assepsia:
- A roupa dos intervenientes deve estar limpa e as mãos desinfetadas.
- As zonas dos utensílios utilizados para a colheita das amostras não devem contactar senão o próprio alimento ou as superfícies esterilizadas dos respetivos contentores, não devendo, nunca, ser colocadas sobre mesas, bancadas ou embalagens dos próprios géneros alimentícios.
- As mãos não devem tocar na amostra a analisar, nem as zonas dos utensílios que os irão contactar.
- A colheita deve ser efetuada o mais próximo possível de uma chama de gás ou de álcool, rapidamente e sem gestos bruscos.
- O recipiente onde se encontra o género alimentício deve ser aberto o menos possível, com os maiores cuidados de assepsia, desinfetando previamente a zona da abertura e de modo a não tocar o género alimentício. Os utensílios utilizados devem estar esterilizados e não devem servir para a colheita de outra amostra sem nova esterilização.
- O recipiente que irá conter a amostra deve ser aberto junto da chama, flamejando a tampa, depois de aberto o bocal é também passado pela chama, rodando-o para um e outro lado sobre a chama. Estas operações repetem-se após a colheita da amostra e antes de fechar o recipiente. Este, enquanto aberto, deve ser mantido tão horizontalmente quanto possível com a boca junto à chama.
- O material de colheita das amostras, mesmo esterilizado, deve ser flamejado no momento de ser utilizado e arrefecido no próprio alimento, mas não no ponto de colheita da amostra.
- A amostra, quando o género alimentício estiver contido em embalagem própria, deve ser constituída, sempre que possível, pelo conteúdo total dessa embalagem intacta.
- No caso de alimentos líquidos, estes devem ser convenientemente misturados com agitadores manuais ou mecânicos (devidamente desinfetados) ou insuflando ar esterilizado por filtração.
- Se a amostra for colhida de uma torneira, esta deve ser limpa, desinfetada por fora e por dentro e flamejada. O líquido deve correr algum tempo antes de se colher a amostra.
- Quando o alimento é pastoso, e portanto, de difícil mistura, dever-se-ão colher porções em pontos diversos, afastados e a diferentes profundidades.
- Na colheita de amostras de alimentos sólidos há que saber se a parte externa que pode estar ou não contaminada, deve ou não fazer parte da amostra. No segundo caso deve ser retirada a camada superficial usando material esterilizado o qual só poderá ser utilizado na colheita da amostra após nova esterilização.
- Dada a impossibilidade de homogeneizar os alimentos sólidos, a amostra deve ser constituída por porções colhidas em diferentes locais, nas zonas superficiais, médias e profundas.
- Em alimentos sólidos de composição heterogénea a amostra deve comportar quantidades proporcionais das diversas camadas ou zonas.
- Se a amostra for colhida em alimento suspeito de ter sido tratado com cloro, o recipiente para a amostra deve conter 0,1 ml de solução nele esterilizada, de tiossulfato de sódio a 2% por cada 100 ml de líquido.
- Quando se trate de géneros alimentícios esterilizados, a amostra deve ser constituída por três unidades do mesmo lote. ”
Fonte: Colheitas de géneros Alimentícios


Para proceder à recolha devemos ter em atenção todo o material utilizado, que deve ser:
-bata;
-luvas;
-recipientes de colheita esterilizados;
-mala térmica;
-ficha de identificação da colheita.

Segundo a Norma Portuguesa 1828, o procedimento deve ser da seguinte forma:

1 - A colheita de uma amostra para análise microbiológica deve ser efetuada com os devidos cuidados de assepsia e ser representativa do alimento em estudo;
2 – A colheita deve ser efetuada em ambiente calmo, limpo e sem correntes de ar;
3 - O profissional que vai proceder à colheita deve vestir roupa limpa e as suas mãos devem estar limpas e desinfetadas;
4 - Os utensílios utilizados na colheita devem estar esterilizados e só contactar com o produto para amostra, não devem ser colocado sobre mesas ou bancadas;
5 – O técnico que vai efetuar a colheita não deve tocar com as mãos nos alimentos e nos utensílios que os irão contactar com os alimentos;
6 - O recipiente para onde é colhida a amostra deve estar limpo e esterilizado e deve ser aberto o menos possível;
7 - Quando o produto a analisar estiver contido em embalagem própria, a amostra deve ser constituída pela embalagem intacta;
8 – Se a colheita for a alimentos líquidos, estes devem ser convenientemente misturados com agitadores manuais ou mecânicos devidamente desinfetados;
9 - Se a amostra for colhida de uma torneira, esta deve ser limpa, desinfetada por fora e por dentro e flamejada. O líquido deve correr durante algum tempo antes de se colher a amostra;
 10 - Quando um alimento é pastoso e portanto de difícil mistura, dever-se-ão colher porções em pontos diversos, afastados e a diferentes profundidades;
 11 - Dada a impossibilidade de homogeneizar os alimentos sólidos, a amostra deve ser constituída por porções colhidas em diferentes locais, nas zonas superficiais, médias e profundas;  
12 - Em alimentos sólidos de composição heterogénea a amostra deve comportar quantidades proporcionais das diversas camadas ou zonas;

No que diz respeito ao transporte e conservação das amostras:

1 - O transporte de amostras para o laboratório deve ser feito em condições que evitem toda e qualquer modificação do número de microrganismos presentes. É preferível escolher meios de transporte que assegurem maior rapidez.

2 – As temperaturas de conservação são bastante importantes, e devem estar de acordo com o tipo de produtos:
a)produtos estáveis: temperatura ambiente;
b)produtos frescos e refrigerados: entre 0ºC e +4ºC;
c)produtos congelados ou ultracongelados: inferior a -18ºC;
d)produtos pasteurizados e similares: entre 0ºC e 4ºC;
e)produtos alimentares sensíveis (por exemplo carnes cruas, produtos da pesca) devem ser conservados a uma temperatura entre os 0ºC e + 2ºC.

3 - A cada amostra deverá corresponder um número de registo, que, se possível, será anotado na amostra e na requisição do ensaio.